ciad 2023

19º Congresso Brasileiro Interdisciplinar de Assistência Domiciliar

Parafraseando nosso grande mestre Drummond e sua belíssima obra, “Amar se aprende amando”, não há assertiva maior do que a que escolhemos como tema central do evento que ora se apresenta: CUIDAR SE APRENDE CUIDANDO.

Não há teoria, conjecturas ou experimentos que substituam o exercício cotidiano que é cuidar. Cuidar do outro, de si, da cidade em que moramos, do bairro e porque não, do mundo que habitamos.

Mas “sem omitir o real cotidiano, também matéria de poesia” o cuidado ao outro, nos dias atuais, tem sido relegado a segundo plano, seja pela correria justificada do dia a dia, pelo narcisismo injustificável que domina, pela banalização quase normalizada do descuido, seja pela sensação de impotência e insuficiência que nos cerca. Cuidar do outro?! Não dou conta de cuidar de mim mesmo! É a frase que impera.

Mas cuidar é do gênero humano, e muito mais do que inato, como querem acreditar alguns, constitui-se em um exercício que requer aprendizado, paciência, constância, altruísmo e, principalmente, querer.

Na área da Saúde aprendemos a cuidar tecnicamente, especializando-nos primeiramente na profissão que escolhemos, em que teoria e prática, aptidão e frustação se somam na experiência que vai se acumulando no nosso dia a dia. Quanto mais experiência temos, mais reconhecemos nossa incompletude e parcialidade. Só essa vivência nos mostra o quanto precisamos do outro, seja esse outro paciente, família, profissionais de diferentes áreas, colegas da mesma profissão ou parceiros institucionais. O cuidado só se concretiza na relação; seja esta relação de amor, dor, responsabilidade, conveniência, obrigação, devoção.

“O tempo passa? Não passa.” Recita-nos o poeta. Sensação presente nos relatos dos pacientes graves e cronicamente enfermos, cuja vida, às vezes se resume em ser doente. “Eu quisera ver o mundo”, continua Drummond, mas a vida foi reduzida à tarefa de cuidar do familiar enfermo por décadas de dependência, em algumas situações, sem auxílio, sem políticas públicas condizentes com a necessidade das famílias vulneráveis e sem nenhuma garantia após o desenrolar da situação.

Sobre “o primeiro morto”, verseja nosso poeta maior. Quantos familiares vivem essa situação pela primeira vez? Quais os cuidados a serem dispensados pelas equipes de atenção domiciliar no intuito de garantir uma morte digna e não traumática para quem a acompanhará?

Como não poderíamos esquecer, a pandemia nos mostrou que “uma pedra havia no meio do caminho”. Uma “pedra” que nos relegou ao isolamento social, nos obrigou a repensarmos nossas prioridades e necessidades, a valorizarmos o que anteriormente nem notávamos existir e a convivermos com uma doença grave, com a morte ou com o risco desta. Mas “a pedra”, contornada no caminho, deixou seu legado: aprendemos? Ainda estamos aprendendo: os limites e possibilidades dos atendimentos online, dos cursos à distância e das aproximações com segurança. Limites espaciais, emocionais e institucionais; o quanto o distanciamento social nos protege, mas também isola, impacta e faz sofrer.

“O mundo é grande”, nos lembra Drummond, mas pode se resumir à casa visitada diariamente para quem nela habita. Um mundo de valores, fragilidades, possibilidades, amor, desamor, cuidados e descuidos. Um mundo que requer respeito e cuidado.

“Cuidar se aprende cuidando”: aprende-se no dia a dia da atenção domiciliar que atender no mundo do outro é, primeiramente se despir de certezas prévias e reconhecer limites, possibilidades, fragilidades e potências de cada um de nós, profissionais, e principalmente do espaço que nos é aberto para também aprendermos a nele estar. Um espaço que pode nos limitar, mas por outro lado, pode nos abrir um universo de possibilidades.

Essa é a proposta do CIAD 2023: demonstrar como tem se tornado grande o mundo da assistência domiciliar brasileira, frente ao desafio lançado pelo poeta: “o mundo é grande e cabe nesta janela sobre o mar”.

Letícia Andrade

CIAD - Uma retrospectiva

Por não saber ser impossível ...

Foi com esse pensamento, atribuído a Jean Cocteau, que um grupo de profissionais de diferentes Divisões do Hospital das Clínicas da FMUSP, se determinou a criar, em meados dos anos 90, o Núcleo de Assistência Domiciliar Interdisciplinar, ou NADI para os íntimos. ´

A soma dos saberes e das experiências vividas até então, pelo Serviço de Geriatria, de Clínica Geral, Social, Nutrição, Enfermagem, entre outros, e do apoio da Diretoria Executiva do ICHC, resultaram na primeira Visita Domiciliar nos últimos dias de abril de 1996.

Desde então, o NADI não mais interrompeu sua trajetória em mais de 26 anos.

Claro que os primeiros passos foram inseguros. Tinham que sê-lo. Não havia caminho. Tivemos que fazê-lo ao andar, parafraseando Antonio Machado em Cantares.

Tivemos que explicar os objetivos e métodos do NADI aos potenciais encaminhadores de clientes, que só conheciam, até então, o cuidar dos pacientes internados ou ambulatoriais. Simultaneamente tivemos também que pactuar com clientes e familiares a disponibilidade e interesse dos cuidados em domicilio, com a responsabilidade compartilhada.

Progressivamente o NADI foi se tornando um ambiente exemplar de Assistência, Ensino e Pesquisa, do qual o CIAD tornou-se o principal canal de divulgação e de integração com os demais Serviços espalhados pelo território nacional.

Nada disso era previsível quando nos propusemos a empreender essa trajetória mas, levando-se em conta a determinação daqueles que a iniciaram e dos que a eles se juntaram, fica claro que chegamos onde era possível chegar.

Todos os frutos oriundos desta simbiose do NADI com o CIAD, como o Melhor em Casa, foram protagonizados por todos os que contribuíram para suas criações e implementações e, por isso, vieram consolidar a máxima que dá título a este texto: por não sabermos ser impossível, nós fizemos o NADI e o CIAD chegar até aqui. Certo estou de que faremos ainda muito mais.

Wilson Jacob Filho - Presidente do Congresso

CIAD 2023

Presidente

Prof. Dr. Wilson Jacob Filho

Comissão Organizadora

NADI – Núcleo de Assistência Domiciliar Interdisciplinar do Instituto Central do Hospital das Clínicas – FMUSP

Comissão Científica

Aliciana Basílio Ramos de Oliveira
Angélica Massako Yamaguchi
Cícero Nardini Querido
Claudia Fernandes Laham
Fábio Campos Leonel
Fernanda de Souza Lopes
Ivone Bianchini de Oliveira
Keila T. Higa-Taniguchi
Letícia Andrade
Maria Aquimara Zambone
Rita de Cássia Toledo Pinto
Wilson Jacob Filho 

Professores Colaboradores

Alfredo Almeida Pina-Oliveira 
André Luis Cortez Minchillo
Adriana Nathalie Klein
Deise Ferreira da Silva
Juliana Bertoldi Franco
Júlio Cesar de Oliveira
Maria Carolina Gonçalves Dias
Priscilla Alves Rocha
Silvia Maria de Macedo Barbosa

Coordenação/
Banca Examinadora de Pôsteres

Fernanda de Souza Lopes
Juliana Bertoldi Franco
Keila T. Higa-Taniguchi
Letícia Andrade

Programação

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2º Passo – Acesse o painel do participante e realize a submissão 

Cronograma

Início da submissão  04/01/2023

Prazo final para submeter o trabalho 27/04/2023

Divulgação dos trabalhos aprovados  08/05/2023

Prazo final para envio do pôster  26/06/2023

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